Houve sempre quem ousasse assustar o amiguinho de escola com um grito repentino, um aparecimento de rompante pelas costas, e toda a panóplia de situações que se consideravam brincadeiras parvas. Mas se no cerne desse prazer predatório e reptiliano, ao qual se identificam as tendências nefastas ao comportamento social agregado pela ética, se fornece fato e gravata, um edifício de onde se condiciona a liberdade dos que prezam mais a vivência que a inocorência, quando se confere difusão massificada do discurso de dicionário próprio, onde a expressividade Humana basiliar, emotiva, se esvai, se molda o compêndio de uma língua oficial muito distante da materna, portuguesa, desprovida de significância, apinhada de objetividade. Ao objetivo se polariza o positivo, o restante negativiza e traduz o que se manifesta na filosofia, nas artes, nas conversas e dizeres populares, nos sussurros emaranhados nos lençois suados do prazer carnal. O real é um indício que se comprova na privacidade. Na via pública, na qual se manifestaria a totalidade do tecido sócio-cultural, se inicia o show televisivo do simulacro. O mimético é servido como bebida instantânea tantos são os inputs de construções frásicas onde caem sistemáticamente os conteúdos, obtendo-se um puzzle linguístico onde quase todas as peças se encaixam entre si. A emoção morre nas duas dimensões da caixa que constituiu a falência da sabedoria, da busca, do instinto de absorver a magia narrada em plurais mundos e dimensões pelos anciãos que carregavam a História do Mundo como uma pena e narravam aos que dela se encarregassem de carregar. Numa tradição oral se aprende que a vírgula não muda, ou a entoação. O que está sempre esteve e dessa emoção que atravessa o tempo mas circula no lugar habitado pelos corpos aquecidos na fogueira inserida no umbigo da Terra, talvez outro orifício que chegue ao uterino, onde o sexo é um coito extenuante entre a sachola e a mãe cuja harmonia se esvaí pelo desgosto no ser humano, criação insustentável para um planeta que quisesse sobreviver. Assim sabemos porque é o 0 a cosmogonia imediatamente antes de ser, e reflete o sorriso existencial de quem se emociona, se arrepia na sensação, sente a pele eriçar, descobre infindos prazeres sexualizados, e com uma mochila atolhada do apogeu sensorial e cinestésico ruma à primeira grande queda.
Se se planifica não se obtem tais quedas, somente as cobertas por folhas em cima de troncos onde um buraco feito na mãe terra a faz deserdar em aleatório, o louco cai. Esse imperador austéro admite que a cobardia é latente, que o raciocínio lhe confere a dádiva de um ceptro e uma cedeira de onde governa outrém para se desgovernar a si mesmo. Se essa cadeira é a única alguma vista, também nenhum louco alguma vez ousou pensar em planificar. E sem plano a queda dá-se com todos os arcanos.